Estou enfrentando um tratamento dentário e isso também me traz reflexões. Noto que a biologia sofreu uma significativa alteração nesses 59 anos de vida que tenho. A tecnologia que existe a meu dispor ajuda a corrigir esses efeitos e manter uma estética aproximada da juventude. Será que esses efeitos, desde que não interviessem na funcionalidade, não deveriam ser respeitados? Parece que estou sendo excessivamente rigoroso nessa analise do tratamento dentário, quando existem outras áreas corretivas como nádegas, bustos, cinturas onde fervilham as intervenções para corrigir os efeitos do tempo, onde a funcionalidade em nada era alterada. Claro que eu não penso em corrigir nem um desses itens e até faço a crítica sobre isso. Deve ser por isso quando agora, me deparo com uma correção estética, procuro ver se a crítica que faço em outros setores do organismo não se aplica também aqui.
Vem a lembrança também aquela obra literária, “O retrato de Dorian Gray”, onde toda a maldade do sujeito era representada no seu retrato, enquanto ele permanecia sempre jovem e saudável. A tecnologia não termina por fazer isso por nós. A nossa imagem é constantemente corrigida e não deixa a visão real do tempo sobre nós ser vista por todos, nem mesmo por nós. É um avanço com relação a ficção.
O convívio entre os seres humanos é marcado pela disputa, geralmente envolvendo interesses materiais. Participei de uma reunião de condomínio onde cerca de 15 pessoas se reuniram para avaliar o comportamento do síndico que representa 360 pessoas, aproximadamente. Todos insatisfeitos com o comportamento do tal, mas com dificuldades de encaminhar propostas para solucionar o problema, pois antes de uma solução ser proposta já se colocavam empecilhos para sua realização.
Ficou então a reflexão. Por mais que os ensinamentos cristãos estejam à nossa disposição, que os estudemos, que os aceitemos como verdade e caminho para vivermos num mundo mais harmonizado, mesmo assim os interesses materiais e egoístas prevalecem e no calor da disputa nem uma vírgula dos evangelhos é praticada. Faço um esforço para lembrar de tudo isso quando estou dentro da discussão, mas não vejo como colocar os princípios cristãos dentro de uma discussão tão acalorada. Sei que é mais uma falha minha. O verbo cristão que está dentro da minha consciência deve se expressar nessas circunstâncias, inclusive, pois então para que serviria? Só para o meu crescimento individual? Não seria mais uma forma de egoísmo? Tenho que me preparar para isso. Na verdade não é tão fácil quanto dizer vou fazer e logo praticar. Mas vou me aquecer com leituras, preces e práticas nos relacionamentos interpessoais, para no momento oportuno...
Tenho a sensação de que cumpri o meu dever hoje, mas no entanto a consciência diz que não foi tão completa assim o dia. Fiz uma série de atividades, mas todas dentro dos compromissos materiais. As atividades espirituais não foram cumpridas no mesmo nível. O máximo que fiz foi tentar observar os atos de caridade sem o policiamento da razão. Fiquei dividido. Em algumas ocasiões fazia a caridade, mas em outras a razão encontrava razões para não dar a tão procurada moeda. Era a racionalização de que aquele serviço que queriam prestar já fora prestado há pouco tempo; que aquela bala que era vendida era para alimentar a escravização daquela criança por algum adulto inescrupuloso; que aquele outro que pedia já devia ganhar do estado alguma quantia que saia dos impostos que eu pagava de forma pesada. Assim, a sensação de dever cumprido que procura se instalar na minha consciência termina por sofrer esse rechaço da própria consciência.
Quando decidimos fazer alguma coisa sempre existe um acúmulo de tarefas, desde que essa alguma coisa desloque outra do nosso rol de compromissos. Assim é com qualquer coisa, inclusive com esse site e os textos que devo produzir e divulgar. A inrtenção era que deveria ser um trabalho diário, principalmente do campo do diário, pois como o nome diz, já é um diário. Mas outras tarefas já agenedadas antecipadamente vão surgindo e termina por deslocar um compromisso em função do outro. Às vezes não é nem isso. O simples lazer que tambem é importante na nossa vida, assim como o descanso, é quem ocupa esse lugar. Então a consequência: o diário ficou sem ser produzido por tres dias e também todo o site. Vou ter que adequar essa situação ao meu grau de exigência e advertir também aos meus leitores dessas lacunas imprevistas vez por outra. Assim continuares em paz com minha consciência. A persistência que deverei ter para fazer este trabalho, não deverá influir na minha qualidade de vida, de fazer uma coisa de tal forma forçado que cause mais mal estar do que bem estar. A persistência será a de não abandonar os diversos campos literários que estou abrindo no site, mas quanto a lacuna que deve existir de quando em vez, não posso precisar, nem o quando chegará, nem o quanto durará. Só posso prometer quie a minha persistência não deixará que ela seja definitiva.
Hoje tive oportunidade de vivenciar um conflito de geração. Um pai colocava o motivo do seu filho, já adulto, um homem formado, ter tanta dificuldade de relacionamento com ele. Dizia que sempre foi um homem que procurou ser justo e honesto. Não queria ganhar dinheiro fácil nem participar de jogo de influência com quem quer que seja. O seu filho, pelo contrário. Sempre queria usar da influência do pai para subir com mais facilidade na vida. Esperava que ao se formar, o pai iria usar de toda a sua influência e o colocar em lugar privilegiado. No entanto isso não aconteceu. Teve que trabalhar duro para conseguir algum espaço. Devido o seu desejo de crescer mais rápido que o pai e mostrar que era o correto, terminou por se envolver com drogas e com o crime, assalto. Foio para na cadeia e o pai, dessa vez com a ajuda dos amigos, que sem ele pedir, perceberam as dificuldades que ele se encontrava e o retirou da prisão. O filho não reconheceu esse momento em toda a sua dimensão e continuo a acusar o pai por lhje deixar numa situação dessa. O pai mostra assim toda a dimensão da diferença de pensamentos. Não pode modificar o seu pensamento para seguir o que o filho imagina, pois isso seria destruir toda a sua vida, reconhecer que tudo que fizera na vida foi errado. Mesmo que a maioria das pessoas tenham o mesmo pensamento do seu filho, ele não pode se submeter a essa forma de pensar. Seria uma inversão total de valores. ele como pai, tem o dever de educar o filho, com teses e exemplos, como está fazendo. Se o filho não absorve esses ensinamentos e insiste em acusar o comportamento íntegro do pai em detrimento ao seu desejo de "facilidades", é problema dele e deve arcar com o seu comportamento. O pai deve manter a sua postura paterna,. amorável, pronto a ajudar quando o pedido de socorro chegar, mas jamais sem inverter os seus valores, pois isso seria o pai ensinar o filho, o mal sobrepujar o bem, a corrupção vencer a honestidade.