Falei aqui antes da minha intenção em obedecer com mais atenção aos sinais de trânsito. Falei isso com relação aos pardais que penalizam o excesso de velocidade e ao cinto de segurança que já internalizei junto a todos os hábitos automáticos de dirigir.
Mas ao dirigir hoje depois da meia noite vi que estava transgredindo um hábito de não respeitar o sinal luminoso. Tive a consciência de que estava cometendo uma transgressão no trânsito e que já havia feito uma decisão de os respeitar. Mas a própria consciência argumentou que aquela decisão foi tomada nos horários regulares onde o tráfico de carros exigem a obediência severa aos sinais, principalmente os luminosos. No horário em que as vias estão desertas, até por medida de segurança, para evitar a ação de marginais, é permissível que essas regras não sejam obedecidas, mas sempre com a atenção no ambiente ao redor, principalmente em outros motoristas "fora de hora". Essa permissibilidade é aceita até pelos órgão de fiscalização, que depois de certa hora (não sei qual, me parece que depois das 22 horas...) desligam os aparelhos sensores e não são mais colocados os guardas para a fiscalização.
Assim ajustei minha consciência com a obrigação e com a transgressão. Mas uma transgressão permitida socialmente, é realmente uma transgressão?
Deixamos acumular trabalhos e chega um momento que a coisa complica, já não podemos exibir a nossa eficiência no trabalho ou no lazer. assim acontece com minhas pastas de textos, livros e revistas. Então decidi que o trabalho teria que ser feito e assim o ataquei. Levou o dia todo com uma parte da noite. na faxina organizativa Não parei nem para me alimentar e quando percebi já tinha perdido tres quilos no vai-e-vem com o material a ser organizado. foi um trabalho realmente estafante, mas quando terminei senti o alívio do repouso merecido e da consciência tranquila. Meu maior adversário neste dia foi à lona. A questão agora é fazer da necessidade de organização e da realização do trabalho a ser feito, sem proscrastinação, um hábito. Aí sim, terei uma vitória mais consistente sobre a preguiça.
A possibilidade de fazer amigos novos e de encontrar os antigos sempre é positiva. Ontem tive oportunidade de fazer ambas. Meus novos amigos eram amigos de amigos meus. foram bastante hospitaleiros na recepção de sua casa de praia. Os meus irmãos que me acompanhavam também tiveram oportunidade de ampliar suas amizades.
A amizade antiga foi encontrada numa situação de nocaute etílico. Enquanto meus irmão e os novos amigos que me acompanharam tentavam o acordar, eu fazia fotos para mais tarde provar a ele a situação em que foi encontrado. Ficamos em conversa demorada por insistência dele e tivemos que tomar refrigerante com frango à passarinho. Após alguns minutos de alegrias, de palavras irônicas, divertidas, nos despedimos.
Este é o meu segundo pecado capital por ordem de importância. O primeiro é a preguiça que já foi citado neste diário. Como faço com a preguiça, também parto para o enfrentamento com a preguiça. Considero o jogo equilibrado de ambas as partes; hora vence a preguiça e a gula, hora vence o meu esforço. Neste novo ano irei fazer uma luta constante para reduzir suas forças dentro do meu comportamento.
Com relação a gula tenho mais de uma estratégia para fazer esse enfrentamento e não perder a minha qualidade de vida. A principal é o jejum, o que faço até por tres dias sem sentir nenhum efeito fisiológico, a não ser uma fome intensa no primeiro e segundo dia. Sinto até que posso avançar até o quarto dia. Mas essa principal estratégia não é tão simples a colocar em prática. Qualquer convite que me façam e principalmente se estou dentro do restaurante em contato com as diversas opções de pratos, geralmente eu me rendo e como de forma exagerada.
Não quero perder minha qualidade de vida com relação a alimentação, quero comer tudo que estiver ao meu alcance, na quantidade que o apetite determinar. As vezes faço o jejum ou mesmo uma restrição alimentar já como preparação para uma festa que irei participar oude a comida é franca. Chego a aumentar até tres quilos apos a festa e depois no controle perder até dois quilos no primeiro dia de restrição.
Essa é a minha luta com a gula. Considero estar no equilíbrio, pois tenho a altura de 1,74 metros e mantenho um peso médio de 79 quilos, flutuando de 77 a 81 quilos e com poucos momentos que extrapolam esses limites. Meu objetivo é atingir os 72 quilos médios com a flutuação de dois quilos para mais ou para menos. Nesse nível atingirei um melhor índice de massa corporal.
Sei que a caridade é uma das virtudes mais importantes e parece tão fácil de realizá-la. No entanto existem situações que representam focos de resistência onde uma série de dúvidas impede essa prática. A caridade em parada nos semáforos onde várias pessoas, menores, adultas e idosas, disputam uma moeda por todos os métodos: lavagem de vidros, venda de balas, e diversos outros ítens, até mesmo a esmola simples. Nesses momentos surge na consciência de que posso estar sendo ludibriado, essas pessoas podem estar ganhando no final do dia muito mais do que eu, sem contar que muitas delas já tem uma aposentadoria; que podem estar sendo exploradas por outras pessoas que as deixam em locais estratégicos... tudo isso me deixa na defensiva.
Por outro lado, o coração adverte que a minha ação caridosa não deve deixar que isso a atrapalhe. Não importa o que aconteça depois que minha ação caridosa seja realizada. Isso já é com "eles" e com Deus. Mas a minha razão leva essas outras alternativas perversas em consideração e sempre está vencendo a parada. A maior parte das vezes resisto ao ato de doar a tão perseguida moeda. Outras vezes, com menor frequência, eu faço a doação, mas com uma certa rigidez que sei não é a forma mais adequada. O coração permite o ato, mas a razão sempre atenta, fica a advertir que eu posso estar sendo cumplice de um crime, de uma exploração de um menor ou de um idoso.
Vou entrar o ano novo com esse conflito na minha consciência e nos semáforos eu sei que a razão vai continuar vensendo o embate. No entanto, a razão tem que ficar comprometida em se esforçar para corrigir essa distorção, esse crime que pode existir à luz do dia.