Acompanhando o pensamento do Padre David Francisquini (Revista Catolicismo dez/2024) vou colocar a pergunta feita antes e tecer algumas considerações:
Acompanho o site português de notícias religiosas 7 Margens e fiquei chocado com o artigo “Acabou o sínodo, acabou a Igreja Universal... e o papel das mulheres permanece em aberto”, sobre a conferência de imprensa de apresentação do documento final do Sínodo sobre a sinolidade. Interrogado sobre a passagem a respeito do diaconato feminino, o Padre Giacomo Costa, um dos secretários especiais da assembleia sinodal, respondeu que uma grande “novidade deste documento” é que “não se fala mais de uma Igreja Universal” e não se encara a Igreja “como uma multinacional com suas filiais”. A Igreja é vista como “uma comunhão de igrejas que, juntas, caminham”, dando um testemunho de que “na diversidade é possível ser-se unido na fé e um único corpo em Cristo”. Pergunto se a Igreja deixasse de ser “universal”, poderia continuar a se chamar “católica”?
Minha primeira impressão sobre essa pergunta é que a proposta é interessante. Privilegia a diversidade do pensamento dentro das igrejas que se unem na fé em Cristo.
Não vejo como isso destrói o catolicismo da Igreja, parece até que fortalece, abrangendo mais igrejas com mais diversidades. A pergunta me parece sem sentido: “se a Igreja deixasse de ser universal, poderia continuar a se chamar católica?” Não me parece que a Igreja deixaria de ser universal apesar de um dos secretários da Assembleia Sinodal ter dito que “não se trata mais de uma Igreja Universal” uma “multinacional com suas filiais”, mas uma comunhão de igrejas que juntas caminham. Mas não é dentro do critério universalista?
Mas, o Padre Francisquini tem outra opinião.
A pergunta do missivista tem todo cabimento. Na verdade, o adjetivo “católico”, tradução do grego katholikós (por sua vez derivado de kathá – através, completamente – e holos – inteiro, tudo), quer dizer precisamente “geral”, “universal”. Logo, ao menos semanticamente, a nova Igreja não-universal do Pe. Costa não seria mais a Igreja Católica.
Esta resposta se aplica ao comentário do Pe. Costa de que a Igreja deixou de ser universal, e se a opinião do secretário da Assembleia Sinodal procede, então a Igreja deixaria de ser católica.
Mas vejamos o conteúdo mais profundo do pensamento do Pe. Francisquini.
A Santa Igreja tampouco seria “católica” do ponto de vista teológico, pois o que está implícito nas suas palavras é que diferentes igrejas particulares poderiam ter respostas diversas a respeito de muitas questões, por exemplo, na questão do diaconato das mulheres. A primazia da igreja de Roma – Sé de Pedro – ficaria, assim, reduzida a um primado de honra, já que as demais igrejas não são meras filiais dela e podem, portanto, dar soluções doutrinariamente diferenciadas em temas nos quais existem várias opiniões. Era, pelo menos, a autonomia das igrejas locais em matéria doutrinária que reclamavam, no imediato pós-Concílio, teólogos progressistas como Hans Küng, Leonardo Boff e um longo “etcétera”.
Essa resposta parece estar relacionada com a unicidade da Igreja, e não com a catolicidade, a universalidade.
A Guerra Espiritual recrudesce a cada batalha. Há 2.000 anos observamos uma tentativa de evitar a vinda do Messias que tinha a missão divina de implantar o Reino de Deus no coração dos homens.
Lúcifer, o comandante das hostes malignas, influenciou o orgulho e vaidade do rei Herodes para que ele desse a ordem aos seus soldados para matar aquele que apesar de toda truculência assassina conseguiu sobreviver.
Herodes não foi bem-sucedido nos seus propósitos, pois a força do Bem também tem os seus aliados, prontos para fazerem a vontade de Deus.
Cristo sobreviveu, cresceu, foi tentado diretamente no deserto pelo Demônio, conseguiu ensinar particularmente a 12 pessoas, apóstolos, que conseguiram dobrar a violência e ignorância dos rudes pagãos, criando a Cristandade em boa parte do mundo ocidental.
Apesar de Lúcifer ter sido derrotado nessas batalhas frontais que protagonizou contra o Cristo, ele jamais abandonou a arena terrestre, mantendo o jogo diabólico de sua sanha destruidora contra a humanidade.
Percebeu Lúcifer que o confronto direto não lhe levaria à vitória, pois o sangue dos mártires cristãos servia de adubo para novos cristãos surgirem. Assim, resolveu assumir outra estratégia, a infiltração de pessoas com a aparência do Bem, mas, contaminadas mentalmente, consciente ou inconscientemente, com os propósitos do Mal.
Com essa estratégia da infiltração maligna, pessoas usando termos cristãos foram se infiltrando nas instituições e até mesmo na Igreja Católica, herdeira dos ensinamentos basilares do Cristo.
Chegamos agora no século XXI e estamos no Brasil, terra civilizada pelos portugueses, com a orientação e recursos da Ordem de Cristo, originada dos Templários, para ser catequizada e ser transformada numa grande civilização cristã, e que fosse capaz de se tornar a pátria do Evangelho e o coração do mundo.
Porém, o Demônio, com sua milenar estratégia do uso da mentira e criação de falsas narrativas, conseguiu se infiltrar em nossas instituições que se tornaram amaldiçoadas a ponto de colocar um criminoso, condenado pela justiça, com o aval de diversas cortes, e coloca-lo contra todas as evidências, ética e moral no centro do poder.
A partir deste ponto que nos encontramos, a perseguição institucionalizada aos cristãos, àqueles que falam a verdade e defendem a verdadeira justiça, é uma realidade que extrapola os limites de nação.
O ponto crítico da ofensiva luciferina, nesta data de 25 de dezembro de 2024, onde festejamos a vinda do Cristo, nosso divino mestre entre nós, os amaldiçoados no poder aprovam legislação para permitir o aborto até os nove meses de gestação. Isso significa, simbolicamente, que o Cristo previsto para nascer hoje pode ser abortado. O espirito herodiano do passado volta a se manifestar. Naquela época Herodes, o principal amaldiçoado da época conseguiu matar dezenas de crianças já nascidas; hoje, os amaldiçoados modernos tentam conseguir a morte de milhares de crianças antes que elas saiam do útero, tentando assim abortar o nosso Mestre.
Mas, mais uma vez Lúcifer não terá sucesso em seu empreendimento junto com os amaldiçoados que ele arregimentou, pois, o Cristo está nascendo no coração de cada abençoado que atende à vontade do Pai.
Bill W. estava precisamente orgulhoso de sua correspondência com o Dr. CG Jung, o psiquiatra suíço, a quem agradeceu em 1961 por dizer a Rowland H. que a única esperança de superar seu alcoolismo era uma experiência espiritual transformadora. Bill lamentou não ter expressado gratidão a Frank Buchman por fornecer a Rowland a experiência que Jung indicou. Um mês após a morte de Frank em 1961, Bill escreveu a um amigo: “Agora que Frank Buchman se foi percebo mais do que nunca o que devemos a ele, gostaria de tê-lo procurado nos últimos anos para lhe dizer do nosso apreço.”
A influência na parcela de ajuda mútua de AA e seu conceito de Poder Superior – tudo isso veio do Grupo Oxford e da inspiração inicial de Frank Buchman. Isso é importante? Muitos AA diriam que tudo foi determinado e conduzido por Deus, casualmente, então, quem se importa se todos são devidamente creditados por um papel no desenvolvimento de nossa irmandade?
Um membro de AA que se importava era Al L., um engenheiro pneumático aposentado de Akron que morava na Praia de Pompano, Flórida, até sua morte. Ele assistiu sua primeira reunião em 1937 na casa dos Williams e finalmente estabeleceu a sobriedade contínua em 1941. O Dr. Bob foi seu padrinho.
Al carregava um pequeno acervo de fotos do tamanho de uma carteira que seria um relato da história ilustrada de AA. Havia fotos de T. Henry e Clarence Williams, Dr. Bob e Anne S., Ebby T., Bill e Lois W. e outros.
Mas a primeira foto do acervo era um retrato de Frank Buchman. Al tinha uma resposta padrão para qualquer pessoa que perguntasse: "Por que você mantém a foto de Frank no topo?"
Se referiu a isto: “Porque foi aí que tudo começou. Nada disso aconteceu sem Frank.”
Essa não é toda a história, é claro. Muitos membros de AA reconhecem que Deus usou centenas de canais e pessoas diferentes para trazer AA à existência. Mas ele aparentemente escolheu Frank Buchman e o Grupo Oxford. Se isso o incomoda, console-se com o fato de que incomodou Bill W. quando a mensagem do Grupo foi apresentada a ele pela primeira vez por Ebby. Mas nem tudo funcionou de uma forma maravilhosa!
Agradeço aos trabalhos da Silkworth.net na divulgação desse histórico que serve para no motivar a participar do esforço de Redenção da humanidade, que certamente está dentro da vontade de Deus e que usa diversas pessoas e instituições com esse propósito.
Eu, desde que fui formado médico e trabalhando na psiquiatria, me deparei com a frustração de tratar de alcoólicos com os métodos que aprendi na Universidade. Ficava deprimido e impotente frente o grande número de pacientes que recaiam, mesmo usando os melhores medicamentos, as melhores psicoterapias e as melhores instituições. Foi com a descoberta dos grupos de Alcoólicos Anônimos (AA) e seus congêneres (Al-Anon, Al-tenn, NA, etc.), que percebi a existência de uma forma de conter a doença com mais sucesso, usando a técnica dos 12 passos e na cobertura do Poder Superior.
Hoje, depois de tantos anos de trabalho junto com os grupos de mútua ajuda criados e incentivados por AA, percebo que mais progresso poderemos ter na ajuda coordenada para a progresso da humanidade, com a criação dos grupos de Egoístas Anônimos (EA). Com o pouco tempo disponível, incluindo o tempo de vida que me resta, irei dar os primeiros passos nessa direção e como aconteceu em outras situações, o Poder Superior atuará.
Pelo o resto de sua vida, Buchman procurou fazer do Re-Armamento Moral (RAM) um instrumento de paz mundial. A sociedade operava centros de conferências na Ilha Mackinac, Michigan, e em Caux, Suíça, no Lago Genebra. Buchman foi nomeado para o Prêmio Nobel da Paz em 1951 e 1952, e durante os últimos anos ele também discursou em uma sessão conjunta de ambas as casas do Parlamento indiano em Nova Delhi. Além disso, ele recebeu condecorações de oito governos por seus esforços de pacificação. O RAM só promoveu sua filosofia em anúncios em jornais e por meio de apresentações em palco e telas. Embora a atividade e o número de membros do RAM nos Estados Unidos tenham diminuído após a morte de Frank Buchman em 1961, um trabalho significativo hoje é visto na Índia, Inglaterra, Suíça e algumas cidades nos EUA (em 2002, o RAM tornou-se conhecido como Iniciativas de Mudança.)
Na América, recursos financeiros e esforços substanciais do RAM foram investidos em um programa inspirador de viagens para jovens, "Vamos Com a Gente". Nos anos posteriores, o programa de Re-armamento Moral foi incessantemente reconstruído nos Estados Unidos, com centros no Leste, Meio-Oeste e Costa Oeste. Conferências internacionais foram realizadas em Washington e Atlanta. O centro de conferência mundial em Caux, Suíça, atrai a cada verão vários milhares de representantes de todos os continentes.
Embora AA tenha recebido muito de seu programa espiritual do Grupo Oxford, há muitas outras práticas e ideias de AA que foram desenvolvidas independentemente ou vieram de outras fontes. Na vertente médica, por exemplo, o Dr. William D. Silkworth, um médico especializado em alcoolismo, transmitiu ao AA seu claro entendimento do alcoolismo como doença. As Tradições que conduziu muitas atividades de AA foram desenvolvidas de forma independente, principalmente através de tentativas e erros. Os Doze Passos foram escritos por Bill W. e refletiam os seis princípios que foram usados quando os primeiros AA ainda frequentavam as reuniões do Grupo Oxford. A Oração da Serenidade e os slogans de AA também vieram de outras fontes além do Grupo Oxford. Por outro lado, o Pai Nosso era dito durante ou próximo ao encerramento da maioria das reuniões semanais do Grupo.
Essas atividades tão diversas e com o mesmo foco, foram e continuam sendo de importância para a paz no mundo e a evolução da espiritualidade. Dentro desse contexto a formação dos grupos de Egoístas Anônimos (EA) seria de importância complementar. Estaria sendo aplicado inicialmente aos pacientes psiquiátricos com bom entendimento de sua condição clínica que envolvesse o egoísmo selvagem e logo estaria se desenvolvendo dentro da comunidade em geral. Seria associado a sua compreensão aos ensinamentos espirituais divulgados por Jesus, que tem o egoísmo selvagem como causa de todos os pecados, mas que, por outro lado, informaria da necessidade de Deus ter criado tão forte sentimento para que a sobrevivência e manutenção do corpo físico fosse feita de forma automática por ele.
Santo Afonso de Ligório escreveu em seu livro “Instrução aos Católicos – Sobre os Mandamentos, os Sacramentos e a Veracidade da Fé”, um trecho sobre a verdade da Fé que vale a pena reproduzir para a nossa reflexão.
Quero desfazer uma dúvida que talvez poderia ocorrer a alguém que dissesse: diz-se que a verdade de nossa Fé é evidente, mas como há de ser evidente se tantos mistérios da Fé, como os da Santíssima Trindade, da Encarnação do Verbo, da Eucaristia etc., são para nós obscuros e incompreensíveis? A isso respondo: as coisas ou as matérias de Fé são obscuras, mas não a verdade da Fé. A verdade da Fé, isto é, que nossa Fé seja verdadeira, é bastante claro pelos sinais evidentes com que se nos manifesta. Os mistérios da Fé são para nós obscuros, e Deus assim os dispôs para que sejam obscuros, porque deste modo quer ser por nós honrado: crendo sem compreender em tudo o que Ele disse, e para que assim também mereçamos, crendo no que não vemos. Que mérito teria o homem em crer naquilo que vê e compreende? A Fé perde mérito, diz São Gregório, quando a razão humana apresenta a experiência. Mas, se nós não conseguimos compreender nem mesmo os objetos materiais desta terra – quem consegue entender por que o ímã atrai o ferro? Como um grão de trigo posto debaixo da terra produz outros tantos? Quem consegue entender os efeitos da lua, os efeitos do raio? -, então, qual é a surpresa em não conseguirmos compreender os mistérios divinos?
As matérias da Fé nos sãos ocultas, mas a verdade da Fé tem provas tão evidentes que é preciso ser um insensato para não a abraçar. Essas provas são em grande número e resultam especialmente das profecias escritas nas Sagradas Escrituras tantos séculos antes de suceder, pontualmente cumpridas em um momento posterior. A morte de nosso Redentor foi prevista antes por vários profetas: Davi, Daniel, Ageu e Malaquias; e foram profetizadas ao mesmo tempo a época e as circunstâncias daquela morte. Foi predito também que os judeus, como castigo pela morte dada a Jesus, deveriam perder seu templo e sua pátria, permanecer obcecados em seu delito e andar dispersos por toda a terra; e tudo isso se verificou, como sabemos. Foi também predita a conversão do mundo depois da morte do Messias, e esta conversão se verificou por meio dos santos Apóstolos. Estes, sem letras, sem nobreza, sem dinheiro, sem proteção, aliás, com a oposição dos mais poderosos da Terra, converteram o mundo, persuadindo aos homens que abandonassem seus deuses e seus vícios inveterado para abraçar uma Fé que ensina a crer em santos mistérios incompreensíveis, e tantos preceitos difíceis de seguir por serem opostos a nossa inclinação ao mal, como são o amar aos inimigos, abster-se de ter os deleites sensuais, sofrer os desprezos e pôr todo o afeto de nosso coração não nos bens visíveis, mas naqueles que não podemos ver, da vida futura.
Importante essa distinção que o Santo faz com relação à Fe, sobre o mistério e a verdade. O mistério está presente em diversos fatos da natureza, que com a evolução do conhecimento passam a ter tal mistério compreendido. Da mesma forma pode acontecer com o mistério da Fé, quando boa parte da verdade for adquirida, então muitos aspectos da Fé podem também serem compreendidos. Porem, é a verdade da Fé que pode estar equivocada. O Santo tem segurança da sua verdade de Fé, pelos indícios que ele observa, mas não será possível outra interpretação? Talvez o mistério da Fé sendo esclarecido no processo evolutivo, traga a certeza de que estávamos certos ou errado na nossa compreensão da verdade. Mesmo assim, correndo o risco de estarmos equivocados na nossa certeza da verdade da Fé, é assim que devemos assumir a nossa postura cognitiva, considerar como verdade de Fé a narrativa que melhor atender a coerência da nossa racionalização, e sempre atento para considera a possibilidade que novos fatos surgindo, incoerentes com minha narrativa, eu ter a força moral para corrigi-la.