Eis uma defesa bem lúcida de um congressista americano em defesa do porte de armas, defesa que se aplica muito bem aqui no Brasil onde sofremos essa pressão governamental pelo desarmamento e onde os bandidos andam com suas metralhadoras e demais armas na frente de nossos “representantes”, “eleitos” ou não.
Existem dois tipos de animais no mundo: predadores e presas. Ninguém assiste um leopardo perseguir uma gazela e nega que a gazela tem o direito de usar seus dentes e chifres para se proteger do predador. Mas há pessoas nesta sala hoje, e por todo o país, que negam o mesmo direito de defesa para outros humanos.
Tais pessoas parecem pensar que a forma de parar o leopardo é cortando os chifres da gazela. Que, de alguma forma, tornando mais fácil para o predador, o predador simplesmente vai embora.
Amigos, isso é insano!
Quando você facilita para o predador, você tem mais predadores!
Então, vamos começar com as chamadas “armas de assalto”, mais conhecidas como rifles semi-automáticos. Em 2011, o total de assassinatos por arma de fogo foi 8.583, de acordo com o FBI. No mesmo ano, o total de assassinatos cometidos por rifles, todos os rifles e não somente os semi-automáticos, foi 323. Isso é 3% de todos os assassinatos. Martelos e porretes matam metade do número de mortos por rifles. Mãos e pés matam duas vezes mais e facas matam 5 vezes mais americanos que todos os rifles juntos. Erros médicos evitáveis matam cerca de 98.000 pessoas por ano. Negligência médica mata mais de 12 vezes o número de assassinatos por ano nos EUA. Isso é, mais de 300 vezes o número de mortos por todos os rifles, não apenas os chamados “rifles de assalto”. E mesmo assim, ninguém fala sobre limitar martelos ou facas, ou médicos, ou hospitais. Ninguém faz isso, porque os benefícios que percebemos de martelos e facas, e médicos, ultrapassam em muito os malefícios que percebemos deles.
E ainda, estudos mostram que armas de fogo previnem algo em torno de 800.000 até 2 milhões de crimes violentos todos os anos. A estimativa mais baixa mostra que 100 vezes mais crimes violentos foram prevenidos com armas de fogo que o total de assassinatos cometidos com armas de fogo. Isso é 100 vezes!
Em outubro de 2007 Amanda Collins estava andando até seu carro depois de uma aula noturna na Universidade de Nevada, em Reno. Amanda tinha o direito de portar sua Glock de 9mm para defesa pessoal. Infelizmente para Amanda, UNR é como a maioria dos campus de faculdade uma Gun Free Zone (zona livre de armas). Então, como cidadã cumpridora de leis que ela é, ela não tinha sua arma consigo nessa Gun Free Zone quando foi atacada por James Biela que a estuprou no campus da UNR, a menos de 300 jardas da polícia do campus. Ele estão foi embora e alguns meses depois esse predador humano assassinou Brianna Denison de 19 anos.
Amanda Collins disse: “eu sei, sendo sua primeira vítima, que Brianna Denison estaria viva se eu pudesse ter me defendido naquela noite”.
Portanto, eu estou direcionando ao Procurador-Geral para que conteste agressivamente qualquer lei de controle de armas que viole o direito de Amanda Collins não ser estuprada e o de Brianna Denison não ser assassinada.
Você não é obrigado a abandonar seu direito da Primeira Emenda quando entra em Chicago ou Nova Iorque, ou seus direitos da Quinta Emenda quando entra em um campus de faculdade.
Como presidente eu vou vetar na hora, sem hesitar e com uma grande quantidade de prazer, qualquer e toda tentativa de destruir qualquer um dos direitos individuais da Constituição dos Estados Unidos da América.
Porque, no final das contas, a Segunda Emenda da Constituição não está lá para nos proteger contra criminosos. E as pessoas pedindo por controle de armas sabem disso, por isto querem controle de armas ao invés de controle de crimes. Por isso eles querem leis que, em uma canetada, torna cidadãos cumpridores das leis em criminosos.
A Segunda Emenda está lá para proteger o povo americano da tirania.
A Segunda Emenda está lá para proteger o povo americano dos políticos.
A Segunda Emenda está lá para proteger o povo americano de nós.
Alguns políticos alegam que a América merece uma votação sobre a questão. Ok, vamos fazer uma votação. Vocês aí advogando pela infração do direito de as pessoas terem e portarem armas, precisam ir ao povo americano com a 28a. Emenda que simplesmente diria: “a Segunda Emenda da Constituição está repelida”.
Isso daria, pela primeira vez, a autoridade legal para fazer o que vocês têm feito e estão tentando fazer agora em violação direta ao seu juramento para defender toda a Constituição dos Estados Unidos, não apenas as partes que vocês aprovam. Então vá em frente, vá ao povo americano e diga que todo o poder não será mais investido no povo, que não merece confiança com esse poder, de acordo com você. Diga-os que apenas o governo pode ter esse poder agora.
Agora vá lá e tente convencer as pessoas dos 38 Estados que vocês precisarão para passar essa Emenda, para concordar com sua opinião a respeito deles ao invés da opinião deles sobre você. Eu te desafio, 12 milhões de homens, mulheres e crianças desarmados foram incapazes de resistir contra o assassinato praticado por seu própro governo Nacional Socialista Alemão.
Talvez 50 milhões de homens, mulheres e crianças, desarmados, foram assassinados pelo seu próprio governo da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas; 50 milhões de chineses assassinados pelo próprio governo sob Mao, que também desarmou o seu povo. E em Cuba, e no Vietnã, e nos campos de extermínio no Camboja.
Aí você diz que isso não vai acontecer aqui, diz que estamos protegidos. Pelo quê? Pela Constituição? Que você está no processo de destruir?
Você está violando seu próprio juramento por apenas apresentar essa legislação. Imagine aprovando-a!
Meus companheiros americanos, os integrantes anteriores desta Câmara assistiram a 100 milhões de pessoas serem assassinadas após serem desarmadas pelos seus próprios governos. Cada um desses homens, mulheres e crianças eram tão reais e preciosos e insubstituíveis quanto as crianças de Newtown.
E eu lhes digo aqui e agora que eu serei amaldiçoado se eu deixar isso acontecer com o povo americano.
Estamos cercados de predadores e obrigados a andarmos desarmados, sofrendo em cada esquina um crime que nos rouba os bens e a vida, e cujos bandidos têm toda a cobertura da “justiça” que hoje para nós está moribunda.
O jornalista J.R. Guzzo, do Estadão, publicou um texto que coloca uma atitude inédita do nosso judiciário, dando exemplo ao mundo do que pode ser feita por uma corte composta por pessoas medíocres, sem personalidade idônea, que conseguem transformar a missão de uma entidade respeitável em mais uma arma para as forças das Trevas mostrarem o seu poder. Vejamos...
Por J.R. Guzzo (Estadão, 30/10/2024)
“O Supremo Tribunal Federal do Brasil tornou-se a única corte de Justiça do mundo que legalizou, juridicamente, a corrupção. Não há países que legalizaram o consumo de maconha, por exemplo, ou a eutanásia? Pois então: o STF, sobretudo através da obra doutrinária e da sólida jurisprudência que foram criadas pelos ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes, tornou a corrupção uma atividade lícita em todo o território nacional. É a maior contribuição que os juristas brasileiros já deram à Ciência do Direito mundial.
O STF e as esquadras de vigilantes que operam em sua defesa sustentam que essa e outras constatações factuais (ou “fáticas”, como dizem em seu patuá) a respeito da sua conduta são um “ataque ao Poder Judiciário”. Fazem parte de uma grande articulação “antidemocrática” da extrema direita para dar um golpe de Estado no Brasil e abolir o regime democrático “de direito” — possivelmente em favor de uma ditadura de Jair Bolsonaro e em obediência a instruções das mesmas CIA e FBI que criaram a Operação Lava Jato para “prejudicar a Petrobras” e agredir a “soberania nacional”. É uma alucinação. Mas é isso o que dizem.
Não se trata, já há muito tempo, de expor com provas físicas, e à luz do sol, a militância aberta e implacável do STF em favor da ladroagem e dos ladrões. Chegamos, agora, à fase de bater os últimos pregos do caixão. O ministro Gilmar Mendes, depois de tudo o que fizeram, foi capaz de anular todas as provas de corrupção contra o ideólogo-chefe do PT, José Dirceu — preso não menos que três vezes, em ocasiões e por gatunagens diferentes. Na verdade, Gilmar Mendes “confirmou o apronto”, como se dizia antigamente no turfe. Apenas repetiu o que eles fazem sistematicamente; o estranho seria agir de outra maneira.
A anistia particular do ministro para Dirceu é o Everest na histórica escalada do STF para a sua posição atual de Vara Nacional de Assistência à Corrupção e aos Corruptos. É muito simples. O Brasil é um dos países mais corruptos do mundo, segundo os rankings de todas as organizações mundiais sérias que medem índices de corrupção — digamos, uma espécie de S&P ou Moody’s da roubalheira. Mas não há um único preso por corrupção em todo o sistema penitenciário do Brasil. Como é possível um fenômeno desses? Resposta: por causa do STF. A regra é clara. Você roubou? Então vá ao Supremo que lá eles resolvem o seu problema.
Não falharam nenhuma vez, até hoje — desde, é claro, que o ladrão conte com a bênção do “campo progressista”. Não existem casos impossíveis ali. O ex-governador Sérgio Cabral, por exemplo: foi condenado por corrupção confessa, e com excesso de provas, a 400 anos de cadeia. O STF mandou soltar. O presidente Lula, padroeiro de todos eles, foi condenado em três instâncias sucessivas e por nove juízes diferentes por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ministro Edson Fachin mandou soltar.
Os empresários da Odebrecht e da J&F roubaram, confessaram e aceitaram pagar cerca de R$ 20 bilhões, por aí, para sair do xadrez. O ministro Dias Toffoli mandou devolver o dinheiro — de forma que eles nem ficaram presos e nem pagaram um tostão. Gilmar Mendes mandou soltar três vezes seguidas um acusado de corrupção no Rio de Janeiro; o homem é pai da afilhada de casamento do ministro. A lista não acaba mais. O STF pede, simplesmente, que você acredite no seguinte: todos os acusados de corrupção neste país são inocentes, sem exceção.
Ninguém rouba no Brasil. É tudo mentira.
Na ótica do STF, na verdade, o caso contra Dirceu era uma injustiça a ser corrigida: se liberou geral para todo mundo, por que não para ele? É nesse nível, hoje, que está a nossa ciência jurídica. É um caldo ruim, que deixa uma pergunta ruim: como é possível respeitar um tribunal de Justiça que se transformou, pelo que demonstram objetivamente as suas sentenças, no paraíso da corrupção no Brasil? Isso não tem nada a ver com fake news, com “milícias digitais”, com “o golpe do 8 de Janeiro”, com a extrema direita, com “atos antidemocráticos” ou com os atestados de vacina do ex-presidente.
É proteção ao crime, sem vergonha nenhuma e na frente de todo mundo. A anulação de todas as provas contra Dirceu, e sua canonização como mártir da Lava Jato, é um atestado de óbito do STF como instituição — mais um. O Supremo não é mais a instância máxima do sistema judiciário. É um aparelho político, que serve o governo Lula e é servido por ele. É garantido pela força armada do Exército e da Polícia Federal, hoje reduzidos à condição de empresas privadas de segurança dos ministros — e não mais pela força da lei. Seus nutrientes são os serviços de propaganda que mantém na imprensa, os escritórios de advocacia criminal para corruptos milionários e os escroques que controlam o Congresso Nacional.
É este o Brasil “recivilizado” do ministro Barroso. Comenta-se, agora, que Dirceu está de novo em condições de ser o grande cérebro, articulador e faz-tudo da reeleição de Lula em 2026 e que o STF está fechado com ambos e com seu projeto de ficar doze anos no governo. Tem de ser mesmo por aí.
O consórcio STF-TSE colocou Lula na Presidência em 2022; o próprio Gilmar Mendes disse isso, para efeito prático. Vai ter de repetir a dose, porque com o eleitor, mesmo, Lula não consegue resolver nada.
Os resultados da eleição municipal estão aí.
Há um esforço gigante, depois da derrota, em dizer que Lula na verdade não perdeu. “Preferiu” não se expor. Não é mais da extrema esquerda: agora é um homem “de centro”. Sua grande força atual não é mais o PT. É o PSD de Gilberto Kassab. É o centrão de Arthur Lira, Rodrigo Pacheco e outros ases do seu “projeto de país”. No mundo das realidades, seu partido ficou com 5% das prefeituras, ganhou em uma das 26 capitais e foi extinto em São Paulo.
Mas já faz muito tempo que Lula não está mais interessado em eleitor. O seu negócio é o STF, o “centrão” e os descondenados da Lava Jato. Ou vai com eles, ou não tem jogo.”
Pura verdade que esses escrotos de toga preta do STF jogam na nossa cara como heroísmo calhorda, pessoas que somos, simples e desarmadas, mas com capacidade de reconhecer a mentira, falsidade e truculência jurídica atropelando a pobre moça de olhos vendados. Mas eles pensam que estamos acuados, que não temos a quem recorrer. Não lembram ou nunca aprenderam que somos um país descoberto com a Cruz de Malta, símbolo dos heroicos descendentes dos Templários, e que somos hoje designados para ser a Pátria do Evangelho e o Coração do Mundo, e quem garante isso é o nosso governador planetário, o Cristo. Existimos como exército do Cristo, prontos para mais uma vez observar Seu comando e agirmos, como agiram os primeiros doze. Ave Cristo!
Isto é verdadeiro, só podemos condenar alguém por algo que essa pessoa realizou ou pretendeu fazer. Este “algo” sempre está no passado e é a partir dele que podemos condenar ou absolver determinado criminoso. Vejamos a história do alemão Heinrich Harrer.
O PASSADO NAZISTA DO HOMEM QUE INSPIROU 'SETE ANOS NO TIBET'
Heinrich Harrer, interpretado por Brad Pitt no filme de 1997, fez parte da SS
REDAÇÃO PUBLICADO EM 12/02/2022, ÀS 09H00 - ATUALIZADO EM 19/08/2022, ÀS 21H00
Durante o seu ano de lançamento, em 1997, o filme "Sete Anos no Tibet" teve que enfrentar uma polêmica que poderia ter abalado o seu retorno financeiro, e com certeza afetou a sua reputação.
A produção, estrelada pelo ator americano Brad Pitt, foi feita a partir da autobiografia de um homem austríaco chamado Heinrich Harrer, que apesar de ter tido encontros notáveis com Dalai Lama — que foi o assunto do filme — teve um passado insólito durante a Segunda Guerra Mundial.
No longa, acompanhamos a trajetória de Heinrich Harrer, que ficou conhecido como o alpinista austríaco mais famoso do mundo, e acaba criando um laço com o líder espiritual Dalai Lama, que, então, adota o papel de seu professor, e o ensina deixar toda a sua glória pessoal e egocentrismo de lado.
Alvo de polêmica
Um dos fatores que fez com que o filme, na época, não se tornasse um dos favoritos da crítica americana e estrangeira, foi uma denúncia feita por uma revista semanal famosa na Alemanha, que leva o nome de Stern.
O veículo destacou que Heinrich Harrer, na verdade, fez parte da polícia nazista de Adolf Hitler, a SS, durante o período da Segunda Guerra Mundial.
O alpinista austríaco, de acordo com a Folha de São Paulo, em reportagem de 1997, nunca negou o seu passado, onde fazia parte do regime, tendo dito que "Foi um erro pelo qual me arrependi" e alegando, desde então, ter a consciência tranquila quanto aos seus feitos e atos durante o período.
Ainda em 1997, o veículo entrevistou Harrer. Ele fora questionado sobre as impressões que teve ao voltar para a Europa destruída pela guerra.
A primeira coisa que tive que fazer foi me apresentar à polícia e responder a longos interrogatórios. Era fato notório que eu fazia parte do Partido Nazista e que era membro das SS (tropas de elite nazistas)", disse Harrer, que não cometeu crimes de guerra.
E eu fiz um juramento que nunca mais mencionaria esse fato. Mas, agora, a história aparece nas revistas não sei com que intenção, sei lá se não são os chineses que estão por trás disso", afirmou ele na época.
O que disse o diretor
Durante o ano de 1997, o filme "Sete Anos no Tibet" foi boicotado por um grupo de judeus de Nova Iorque, que incentivava que o resto da população americana fizesse o mesmo.
Na época, o francês Jean-Jacques Arnaud, diretor do longa, se manifestou sobre a polêmica criada com a revelação ao dizer que não conhecia o passado nazista de Harrer, e também não quis mudar a história que havia sido contada dentro de sua produção.
O diretor, ainda de acordo com a Folha de São Paulo, em matéria da seção 'Ilustrada', de 1997, justificou o porquê da história do alpinista ainda assim ser mostrada nas telonas, afirmando que ele e a equipe estavam falando da “vida de alguém que errou, sentiu-se culpado e deu a volta por cima”.
E ele continuou, não deixando de defender o protagonista de seu filme: “Depois da passagem pelo Tibet, Harrer virou um ativista dos direitos humanos."
Não me parece correto uma perseguição tão acirrada a participação desse homem numa instituição hoje condenada pela opinião pública. Cada um pode se colocar na posição dele, assumir o emprego numa instituição que causou muitos males dentro da Alemanha. Acontece que não ficou provado que ele participou dessas acoes criminosas. Ter virado um ativista dos direitos humanos também é uma boa sinalização da sua índole, mesmo que ele possa estar fazendo isso ara derreter possíveis crimes que não foram identificados. Esse julgamento sai de nossa esfera humana e entra na esfera divina, pois somente Deus pode sondar o coração dele e julgar de acordo com a realidade que ele vive.
A comunicação humana está recheada de falsas narrativas, meias-verdades que afastam a nossa consciência da verdade, em benefício daqueles que as produzem. Vejamos u texto que circula nas redes sociais como exemplo...
NOSSA HISTÓRIA DESFIGURADA POR MEIAS-VERDADES
Gastão Reis Rodrigues Pereira*
O ditado latino “Historia magistra vitae est” (“História, mestra da vida”), nos alerta para a importância de conhecer o passado. E evitar tomar iniciativas destinadas a dar errado, já confirmadas pelo registro dos tempos. Um bom exemplo é a tentativa de controlar preços por tabelamento, coisa que deu errado desde Hamurabi, mais de três mil anos trás, e com Diocleciano (302 d.C.), imperador romano que também deu com os burros n’água. A América Latina, nessa matéria, parece desconhecer as lições da História.
Quando tomei conhecimento da obra do renomado historiador José Murilo de Carvalho, sempre observei seu cuidado de ir às fontes primárias em suas pesquisas para os muitos livros que publicou. Sua obra me abriu os olhos para muita coisa mal contada em nossa História do século XIX, época em que o País tinha rumo. Sua familiaridade com os fatos e registros dessa época é simplesmente extraordinária. Parece que nos fala de eventos atuais.
As fontes primárias, quase sempre, têm seus registros mais próximos dos fatos acontecidos. As fontes secundárias, por vezes, pecam por falhas de memória de quem as escreveu quando demoram a ser postas em letra de forma. E por interpretações equivocadas. Há que levar em conta ainda a mudança de perspectiva do passar do tempo que nos traz novas informações e nos faz ver com outros olhos um mesmo fato importante do passado.
Dois outros balizadores me parecem essenciais para não nos equivocarmos na adequada avaliação dos fatos históricos. A primeira é não usar valores culturais do presente como régua de medida do passado. Pode não parecer, mas este é um erro muito comum no Brasil. O segundo é situar a análise histórica geograficamente. Ou seja, sempre lançar mão da chamada história comparativa. Um exemplo: como se situava o Brasil em determinada época em relação aos demais países na questão da escravidão? Tal providência nos evita dizer muita bobagem.
Vamos ao primeiro caso em relação ao longo passado escravista do mundo. A escravidão perdurou por quase seis mil anos, se contarmos a partir do início dos registros escritos. Faz pouco mais de um século que ela foi abolida.
As mensagens indignadas nas redes sociais costumam não levar em conta essa questão. É comum ver Zumbi como o grande libertador do povo negro quando na verdade ele se comportava de acordo com os padrões de sua época, inclusive na África, em que a tribo vencedora vendia, após a batalha, os prisioneiros da tribo derrotada como escravos. Tanto isto era fato que o próprio Zumbi teve escravos. Não lhe passava pela cabeça que a escravidão pudesse deixar de existir como um todo. Estava preso aos usos e costumes de seu tempo.
Um contraponto entre ele e a Princesa Isabel nos fornece uma outra visão do tempo da escravidão. Acabar com a escravidão foi o objetivo dela desde muito jovem. Mas ela nasceu no século XIX, quando a humanidade se deu conta de que a ideia de pôr fim à escravidão passou a estar na ordem do dia. Uma ideia cujo tempo havia chegado. E ela agiu com presteza e eficiência.
Passou leis abolicionistas como Regente, deu guarida nos porões do palácio a negros fugidos e finalmente sancionou a Lei Áurea, que libertou 20% dos descendentes de africanos ainda escravos. 80% já eram livres. No Brasil, o processo de libertar os escravos foi levado adiante de modo paulatino e muito mais profissional do que nos EUA. Os casos de alforrias foram expressivos desde os tempos coloniais, coisa muito rara no resto do mundo. Nos EUA, além de exigir uma guerra civil, a integração social do negro foi postergada por quase 100 anos em função da doutrina marota do “iguais, mas separados”.
A exiguidade de espaço deste artigo impede uma análise mais detalhada. Mas podemos contorná-la através de alguns exemplos dignos de nota.
Laurentino Gomes, em sua trilogia “Escravidão”, volume II, páginas 320 e 321, nos fornece números impressionantes relativos ao Brasil e aos EUA. Aqui, pelo senso de 1872, havia cerca de 4,2 milhões de pessoas negras ou pardas livres, número maior que os 3,8 milhões de brancos na época. Nos EUA, às vésperas da Guerra da Secessão (1861-1865), havia cerca 4 milhões de pessoas escravizadas com barreiras legais que praticamente impediam as alforrias. E ainda a segregação estrita por lei, até a década de 1960, quando os negros deslancharam o movimento por seus direitos civis.
No meu livro “História da Autoestima Nacional”, na página 209, ressalto os seguintes números quase sempre ignorados: “Na primeira matrícula geral de escravos do censo de 1872, seu número era de 1.510.806, que caiu para 720.000, na última matrícula geral do Império, de 30 de março de 1887, uma queda de mais de 50% de escravos no curto período de 15 anos”. Foi uma redução de quase 53 mil escravos a menos por ano. Fica muito clara a impropriedade de se fazer o veredicto de que o Brasil foi o último país a fazer a abolição sem dizer que foi um dos primeiros, senão o primeiro, onde as alforrias prosperam sem paralelo no resto do mundo. E que 80% do problema servil já estava resolvido em 1888.
Tais cuidados metodológicos no trato da História mencionados no início deste artigo não vêm sendo rigorosamente seguidos, abrindo as portas para as meias verdades, e até inverdades. Cito, para finalizar, o caso da historiadora Mary Del Priore, dentre outros, que afirmou que a Princesa Isabel só teria se posicionado publicamente a favor da abolição cerca de seis meses antes de assinar a Lei Áurea. Impossível entender como ela consegue cometer tamanha injustiça, inverdade mesmo, em relação à Princesa Isabel.
* Economista e empresário. Artigo publicado originalmente na edição nº 71 do boletim “Herdeiros do Porvir”, de outubro, novembro e dezembro de 2022.
São esses casos que distorcem a realidade e trazem para a consciência popular um sentimento de culpa, de inferioridade frente ao resto do mundo. Em vez de se fazer feriado em uma data próxima a essa do dia 20-11, dedicado a “Consciência Negra˜, que não acrescenta nada de positivo, de harmônico e de verdadeiro para opinião pública, melhor seria o dia da Consciência da Verdade”. Nesse dia poderia acontecer debates, resgate de documentos e uma construção cada vez mais dentro da realidade, a cada ano. Dessa forma sim, faríamos um resgate da verdadeira história e desmascararíamos esses aventureiros da literatura que buscam projeção mostrando uma situação fictícia, negativa, que joga a culpa entre uns e outros e alimenta movimentos revolucionários que desejam justamente isso, o combate entre irmãos que empunham falsas bandeiras.
Por ocasião da reunião do Conselho Consultivo da AMA-PM, que fazemos toda segunda-feira às 8h no Departamento de Medicina Clínica no HUOL, fiz este texto com base na liturgia da Igreja Católica escrita diariamente na minha agenda
Faz parte do comportamento humano esperarmos uma recompensa por qualquer ação que tenhamos feito. Isso se aplica muito bem nos trabalhos que realizamos no campo material, os salários que esperamos receber no fim do mês, ou com os lucros que podemos obter com qualquer tipo de serviço prestado, de compra e venda, por exemplo. Mas quando se trata da relação com o mundo espiritual, onde Deus, o Criador, está fiscalizando tudo, tanto aqui na Terra como lá no Céu, essa recompensa esperada pelos trabalhos realizados aqui na dimensão material, muda de direção.
No Evangelho de Lucas (14:12-14) foi escrito uma lição na qual Jesus falou assim: Quando ofereceres um almoço ou jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes podem te convidar por sua vez, e isto já será a tua recompensa. Pelo contrário, quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos! Então serás feliz, pois estes não têm como te retribuir! Receberás a recompensa na ressurreição dos justos.
Este ensinamento de Jesus é simples e muito importante para nós da AMA-PM, pois agora estamos organizando o evento do final do ano, onde queremos fazer um jantar fraterno para a comunidade da Praia do Meio. Não façamos nada por interesse, não busquemos recompensas materiais.
Podemos convidar parentes e amigos sem escrúpulo de consciência, desde que nossa atitude seja límpida e cristalina, sem segundas intenções. Não fiquemos constrangidos com o que estivermos fazendo nem criemos constrangimento para os outros.
De qualquer forma, não façamos nada para aparecer, e, menos ainda para tirar vantagem pessoal da boa vontade dos outros. A mão esquerda não deve saber o que faz a mão direita, a não ser que sirva para evangelizar com o exemplo.
Jesus mostra assim a importância de sairmos da consciência exclusivamente material, do terreno, e abre as portas do banquete celestial de onde nossa recompensa virá.
Aqui se une a caridade com a fé e a esperança. Por mais pobres que sejamos, sempre existe a oportunidade de colocarmos um simples centavo na sexta de ofertas para o Senhor da vida.
Quantas pessoas nos procuraram nas últimas campanhas políticas e mostrando suas intenções de fazer o bem à comunidade. Devemos lembrar a essas pessoas que chega a oportunidade de provar aos eleitores e a Deus, principalmente, o esforço que estamos dispostos a fazer para promover a pureza dos nossos corações e serem capazes de se irmanar a nós, no trabalho que o Criador espera de todos nós, e que estaremos todos juntos, na liderança do nosso Mestre, Jesus.
Conselho Consultivo/AMA-PM/Foco de Luz/HUOL/DMC, em 04-11-2024.